O que é o passado? O passado é tudo aquilo que fica armazenado na memoria do homem, pois se aquilo que está em sua memoria é exatamente o que já passou, não poderia ser todas as coisas que estão lá passado.
O passado é a morte do tempo presente, pois não é verdade que esse tempo que agora temos não se converterá em passado? Sim, o milésimo de segundo que no instante era presente, assim que morre converte-se em passado.
Esse passado por sua vez reside na memoria dos homens, não mais como algo existente, mas como reminiscências, ou seja, não é algo que existe, pois se o passado é o tempo morto, ele apenas existiu.
O passado sempre está morto portanto, pois como pode viver o passado se ele deixou de existir logo depois? A passado vive apenas na memoria, e na história, pois o que está na memoria e na história, é o passado.
O passado mesmo morto e inexistente, ou seja, não existe mais, é importante para o ser humano, pois esse passado irá lhe servir, como uma base de recursos metafísicos para lidar com o seu presente.
Os recursos metafísicos por sua vez é o que permitirá que o individuo, entenda o seu presente a partir do seu passado. Curioso isso, mas perceba que o passado serve ao presente, pois como poderíamos interagir com o presente sem o conhecimento das coisas que já conhecemos antes.
Como eu saberia que por a mão no fogo me queimaria se eu não tivesse tido no passado o conhecimento de tal fenômeno? É graças ao armazenamento do passado em minha memoria, que a minha interação com o presente é realizada de maneira funcional.
Olha que interessante é a necessidade da memoria, e a genialidade do arquiteto do universo, em inserir em nos a capacidade de carregar o conhecimento das experiências com o mundo, para que pudéssemos interagir com o mundo de modo funcional.
Pois sem memoria nada poderíamos fazer, pois quem guardaria o passado para nós? Como poderíamos usar as riquezas metafisicas que obtemos por meio da interação com o mundo no passado se a memoria não existisse?
A humanidade jamais poderia evoluir, e agir de modo consciente no mundo, pois sem as memorias a propria consciência não seria possível, pois não é verdade que a consciência precisa da memoria para ser formada, pois se eu preciso captar dados do mundo por meio dos sentidos, para registra-los na memoria, para que ai sim eu pense sobre eles? Se penso não seria eu consciente? Pois é exatamente o pensamento, produto da minha consciência, ou minha consciência produto de meu pensamento?
A memoria é um grande trunfo para a humanidade, pois foi por meio dela que nossa sociedade evoluiu, pois não é verdade que a evolução de uma sociedade pode acontecer por meio da herança intelectual deixada pelo nossos antepassados.
A medida que o tempo segue seu curso que é sempre progressivo, ou seja, para frente, conhecimentos são adquiridos e produzidos, pelos nossos antepassados, que criam a memoria do mundo.
Porque a memoria do mundo? Porque tudo que já foi pensado e documentado, é incorporado e meio que forma uma espécie de memória do mundo, pois o que é documentado, somado a outras coisas que são documentadas gera uma base para que uma nova geração trabalhe em cima da base criada, como uma vez disse Newton: “Se cheguei, onde cheguei, foi porque me opoiei em ombros de gigantes.”
Pois de quem eram os ombros de gigantes a qual newton se referia? Não seriam todos aqueles que um dia foram de uma certa forma contribuintes, para que ele tivesse a capacidade de conceber a sua produção intelectual?
Todos nós vamos de uma certa forma, nos apoiar em ombros de gigantes, pois como poderia eu ser muito a frente de meu tempo, se não tivesse pego um impulso daqueles que eram a frente de seu tempo?
Perceba que toda a memoria depende de um subsidio metafisico, para que ela seja capaz de conceber novas metafisicas, ou seja, sem os registros na memoria dos tempos passados, não teremos como subsidiar os pensamentos.
Poderíamos então também, afirmar que os pensamentos nascem da memoria? Pois se assumimos que sem os registros na memoria não poderíamos possuir a consciência, sem os registros então não haveria pensamento.
Pois note que toda a memoria é o núcleo onde a nossa interação com o mundo é armazenada, como aquilo que não pode não ser captado pelos sentidos não pode ser pensado, como vamos então pensar o nada?
O nada é impensável, pois seu pensamento será direcionado a uma coisa, e por isso não pode se direcionar para o nada, pois o nada é coisa alguma.
Portanto se você for parar para observar existe uma mecânica onde recebemos as informações do mundo por meio dos sentidos, essas informações portanto são registradas na memoria, a partir de uma leitura da memoria forma-se os pensamentos, que é direcionado para algo, ou seja para uma coisa, que de uma certa forma cria um estado emocional, que gera uma ação, ou comportamento na direção de algo, ou coisa, seria então essa a finalidade de minha estrutura cognitiva? Teria a minha estrutura cognitiva, a finalidade de me permitir interagir com as coisas?
Já parou para pensar que a finalidade de sua estrutura cognitiva é sempre voltada para algo, ou alguem, ou seja, algum ente. Porque será? Percebe que se não possuíssemos a faculdade cognitiva jamais poderíamos interagir com as coisas.
Já parou para pensar sobre o desejo? O que é o desejo, se não o querer? O que é o desejo se não o pensar, e gerar transformações emocionais a cerca do objeto pensado? Eu sempre vou pensar em algo, mas aquilo que não possuo sempre terá mais valor para mim do que aquilo que já está em minha posse, por isso que eu sou condenado a desejar aquilo que não tenho, pois se tenho o objeto pensado ele não representa para mim uma falta, posso desfrutar dele a qualquer momento, mais se não tenho objeto pensado, ele representa para mim uma falta e portanto, não posso desfrutar dele, pois a verdade é que toda a falta gera uma pressão, e toda a pressão em seres humanos geram a necessidade do alivio, e o alivio está na realização do suprimento, e portanto realização da falta.
Podemos assim dizer então que o desejo é o pensamento direcionado a uma coisa, ou alguem, ou seja, um ente, que move as suas emoções para gerar alguma ação na direção do objeto pensado.
O que é a motivação? Se a motivação é o impulso que nos impele na direção de algo, ou alguem, com a finalidade de concretizar uma determinada realização desejada, então podemos dizer que a motivação está entre o desejo e a realização.
Penso sobre uma determinada coisa, porque meu pensamento é sempre na direção de algo, ou alguem, ou seja um ente, a falta daquilo me faz deseja-la, pois as minhas emoções serão transformadas a ponto de me lançar a concretização do desejo, então não estaria entre essa mecânica a motivação? Pois se a motivação é impulso para a realização do meu desejo, e o meu desejo é o pensamento direcionado a coisa, seguido de uma produção emocional para me impulsionar, então eis aqui a motivação.
E quando não tenho motivação? Se é verdade que é a falta que constitui nossos desejos de certo modo, pelo o motivo de que a falta gera uma pressão na qual partirmos em busca da necessidade do alívio, essa pressão de uma certa forma se manifesta em uma transformação da energia emocional que impele o sujeito a concretização do desejo, pois não é verdade que a falta tem uma intensidade pois tem coisas que nos fazem mais falta do que outras, se algumas coisas fazem mais falta do que outras, e o desejo é intensificado pela a falta, não é o motivo pelo o qual a motivação não nasce o fato de que a intensidade da falta ainda está baixa?
Imagine que exista um coeficiente de falta, não seria então uma medida certa do coeficiente de falta, que definiria a motivação ou não?
Outra pergunta é, será que é somente a intensidade da falta que atrapalha a motivação, ou o medo também pode ser um grande fator que impede a motivação de brotar, pois não tem o medo um efeito paralisador que pode reduzir o potencial de ação do individuo, pois a função da emoção de medo é exatamente essa impedir que o individuo se arrisque.
Note que se há uma emoção, que me impede de arriscar, o que ela faria quando o meu desejo envolve risco? Ela não me frearia, no momento o qual eu quisesse ousar? Se ela me frear, que motivação haverá em mim, pois se a motivação é o impulso e o medo é o que me freia, não estaria eu entre forças que se anulam? Se uma me puxa por um lado, e outra para o outro não ficarei eu parado?
Perceba que a motivação, também encontra um obstáculo para se manifestar que é medo, pois assim que o medo entra em cena ele pode reduzir a motivação. Pois o que acontece quando eu sinto medo, mas mesmo assim sinto-me motivado agir? Será que existe também um coeficiente de medo e de motivação que se anulam, mas podendo um ser mais, de modo que anularia o outro? Será que existe uma certa quantidade de medo, que diante de uma certa quantidade de motivação, não consegue anular, pois a quantidade de motivação é bem maior?
Se tem uma experiência que o mundo nos apresenta é que vivemos em um mundo quantitativo, que é permeado por quantidade, pois tudo tem uma certa proporção que certamente ocupa o espaço e o tempo, pois já se perguntou porque em nossa língua existe as palavras que se referem a quantidade como: medida, quanto, cheio, vazio, grande, médio, pequeno e meio cheio?
Porque será que atribuímos nomes as proporções das coisas? Não seria com a finalidade de expressar a sua quantidade?
Vivemos em um mundo quantificado, e por isso, temos quantidade em tudo aquilo, que existe.